Como “Mostrar, não contar” por escrito com cenas ativas ou passivas

Publicados: 2020-11-02

Todos nós já ouvimos falar de frases passivas versus ativas. Frases ativas como “três homens estavam no portão” são mais atraentes e interessantes do que frases passivas como “havia três homens parados no portão”.

Mostre, não conte por escrito: como usar cenas ativas e passivas para mostrar ou contar Alfinete

Mas o conceito de ativo versus passivo também pode ser aplicado a cenas dentro de uma história. O uso apropriado de cenas ativas e passivas pode dar à sua história um impulso extra de vida e também pode ajudar no ritmo.

O que é uma cena ativa?

Uma “cena ativa” pode ser entendida como uma forma de “mostre, não conte” por escrito. Em vez de simplesmente expor eventos que ocorreram aos seus leitores, traga o evento para o presente e faça-o acontecer na frente de seus leitores. É a diferença entre contar uma história a alguém e tê-la ao seu lado, vendo acontecer.

Vamos a esta cena:

O Sr. Norton cumprimentou o açougueiro pela manhã. Ele faz isso todos os dias, mas o açougueiro, um homem rotundo de seus quarenta e tantos anos, não parecia ter seu comportamento ensolarado de sempre. O Sr. Norton foi para o trabalho e ficou imaginando o que havia de errado.

Esta cena é boa, mas é tão interessante quanto ouvir qualquer história de segunda mão. Tem pouco impacto e pode ser facilmente ignorado como possivelmente sem importância, porque parece uma reflexão tardia e não um evento real.

Para trazer o leitor para a cena, faça a ação acontecer na frente dele:

"Bom dia, Ed," Sr. Norton deu ao homem atrás do balcão de carne seu sorriso habitual. Depois de cinco anos, seus cumprimentos matinais se tornaram uma espécie de ritual.

“Ah, João.” Ed ergueu os olhos de seu trabalho. Ele enxugou as mãos grandes, cheias de gordura de bacon, no avental pendurado sobre a barriga redonda. "Manhã."

"Como é o negócio?"

“Não posso reclamar”, respondeu Ed. Mas algo estava diferente. Uma nuvem escura pairava sobre os olhos do homem normalmente alegre. Ele abriu a boca como se fosse dizer outra coisa, mas depois se virou e se ocupou com um pernil de carne. O Sr. Norton correu em direção à estação, mas não pôde deixar de olhar por cima do ombro, perguntando-se se algo estava incomodando o vendedor de carne.

Quando usar cenas ativas e passivas

As cenas ativas e passivas têm seu propósito e é importante saber os momentos apropriados para usar cada uma.

As cenas ativas são melhor usadas para eventos reais que ocorrem na história e são necessárias para avançar a história. Este é o momento de aplicar a regra “mostre, não conte” em sua escrita.

Mas se o evento mencionado for uma “história de fundo” ou usado apenas para fornecer informações básicas ou desenvolvimento de personagens, é melhor usar uma cena passiva. Na verdade, é melhor aqui contar e não mostrar.

Exemplo: Como contar a história do açougueiro

Vamos repetir a cena com o Sr. Norton e o açougueiro. Qual é o significado dessa cena?

Se o açougueiro desempenha um papel significativo na história, a cena deve ser ativa.

Digamos que o Sr. Norton está prestes a descobrir que um assassinato ocorreu em seu prédio na noite em que ele percebe o humor sombrio do açougueiro. Ele descobre que o açougueiro estava tendo um caso com a ex-esposa da vítima de assassinato. Não só isso, o homem mencionou ao Sr. Norton que ele possivelmente estava reacendendo as coisas com sua ex. Agora, o humor sombrio do açougueiro pode indicar subitamente culpa por um assassinato, e a história depende do Sr. Norton fazer a ligação e resolver esse crime.

Os leitores definitivamente gostariam de ser mostrados, não informados, sobre toda e qualquer interação com o açougueiro.

Mas se o açougueiro é apenas um “cenário” ou usado para mostrar algum aspecto de personagem do Sr. Norton, então a cena seria melhor como passiva.

Talvez o autor queira mostrar que o Sr. Norton é uma pessoa carinhosa, ou talvez neste dia em particular, ele vá para o trabalho e perceba que todos ao seu redor parecem estar de mau humor, tornando o açougueiro apenas um entre muitos. Ou talvez tenha ocorrido um assassinato, mas não tem nada a ver com o açougueiro.

Nesse caso, o leitor não precisa perder muito tempo lendo sobre cada interação.

Vale notar que a cena passiva também pode ser usada como um “arenque vermelho”, induzindo o leitor a pensar que o açougueiro não tem nada a ver com o assassinato ao mencioná-lo desta forma breve, apenas para revelar mais tarde que ele era o assassino. afinal de contas, o cérebro por trás do crime. Esse método deve ser usado com cuidado, pois pode levar os leitores a sentir que algo está faltando no arco da história principal ou que personagens importantes foram subdesenvolvidos.

Um tempo para cada um

Uma boa história faz uso de cenas ativas e passivas. Há momentos para mostrar e contar por escrito. Compreender onde e como usar cada um ajudará você a construir uma história que conduz os leitores pelos pontos de virada mais importantes, fornecendo informações básicas com um toque suave.

Você se encontra escrevendo cenas mais ativas ou passivas? Compartilhe abaixo nos comentários.

PRÁTICA

Para praticar a escrita ativa ou passiva, crie uma cena curta e escreva-a em ambas as formas. Tenha em mente a diferença de Active = Show e Passive = Tell.

Precisa de um prompt para sua cena? Tente isto: Jess encontra um maço de dinheiro no chão.

Tire quinze minutos para escrever. Quando terminar, compartilhe as duas versões nos comentários abaixo.